Academia Guhan

Você já deve ter escutado isso. E eu, como professor de Mandarim, já escutei centenas de vezes.

Porém, isso não expressa de verdade a real mudança que está acontecendo. Vejo pessoas anunciando, sem qualquer embasamento, que a China vai dominar o mundo e, por isso, seremos obrigados a falar mandarim. Vejo pessoas há mais de uma década repetindo que mandarim será a “língua do futuro”. Algumas pessoas falam com um tom alarmista, outros insistem nessa afirmação, como se estivessem dizendo o próximo número da loteria a ser sorteado. Mas será mesmo? Será que o mandarim tem como substituir o inglês?

Eu sou Rhuan Cavalcante, professor de Mandarim desde 2012, e resolvi escrever esse texto para expressar a minha visão sobre isso, já que estou imerso nesse mundo do mandarim há algum tempo. Não sou futurólogo, mas tenho um palpite. Se você está na dúvida de que idioma deve aprender, leia esse texto:

Estamos vivendo uma mudança de eras. Saindo da “internet na palma da mão” para o “5G nunca offline”. Saindo da era do “precisamos de mais energias renováveis” para a era do “não aceitamos mais combustíveis fósseis”. Tecnologias como computador quântico, moeda digital e energia por fusão nuclear estão a caminho a galope (马上到) e a maior mudança de paradigmas é que quem lidera essas mudanças não são mais os Estados Unidos, mas a China. E acredito que o maior motivo da preocupação das pessoas é que elas, em sua maioria, não sabem NADA sobre a China, tirando o fato de que comem com palitinho, que a capital é Beijing 北京 e que são a maior população do mundo.

A China, em menos de uma década, deve se estabelecer como primeira economia do mundo e muita gente deve se perguntar: e agora?

E isso nos remete às mudanças de potências mundiais que já aconteceram.

No século XVIII, a França dominava a corrida imperialista, tornando o Francês língua referência num mundo não tão globalizado quanto hoje; no século XIX, a Inglaterra se sobrepôs, com a revolução industrial, tornando o inglês pop! No século seguinte, após a 2ª Guerra Mundial, os Estados Unidos assumiram o pódio, liderando o setor bélico, financeiro, industrial e cultural, num mundo, agora, onde os meios de comunicação tornaram-se, realmente, de massa.

E assim, o século XX terminou com o inglês como uma língua “universal”, nunca antes vista. Você liga o rádio em qualquer lugar do mundo, escuta inglês; pega um voo de Recife para o Rio de Janeiro, escuta inglês; as maiores empresas da internet têm o inglês como língua mãe; empresas brasileiras têm Inglês nos seus nomes e marcas. Olhando para esse cenário, qualquer um diria “o mandarim NUNCA vai substituir o inglês.”

E eu concordo. O mandarim nunca vai ocupar todos esses lugares onde o inglês está presente. Pelo menos, não aqui, num continente tão distante da presença chinesa, a América.

Mas isso não quer dizer que mandarim não possa se tornar mais relevante na maior parte do globo. Na Ásia, África e Oceania isso já está mudando.

Vejamos o cenário:

A China, hoje, já é o maior parceiro comercial de mais de 120 países. E isso vai desde os países mais ricos aos países periféricos. É o maior parceiro comercial do Brasil, dos EUA e da União Europeia. Quem falar mandarim construirá uma relação comercial melhor e mais sólida com a China.

A China recentemente superou qualquer outro país no pedido de registros de patentes. Isso quer dizer que, cada vez mais, teremos invenções chinesas (como se não bastassem as que revolucionaram a humanidade, como o macarrão, a pólvora, papel-moeda e a bússola).

A China está produzindo pesquisa e MUITA pesquisa. Cada vez mais, artigos acadêmicos, agora, são “made in china” e eles não fazem nenhuma questão de publicar em inglês. Se você é cientista/pesquisador, falar mandarim pode ajudar bastante a manter-se atualizado.

A maior classe média do mundo é chinesa. Isso implica, não só no mercado consumidor de produtos e serviços, mas também em turismo. Já tem um tempo que os Chineses são a maior nacionalidade no turismo internacional. O mundo precisa, cada vez mais, aprender mandarim para atender e agradar os visitantes Chineses.

A China está expandindo capital para todos os setores. De logística a agropecuário, os chineses estão controlando portos, fazendas, corretoras financeiras e até o mercado de games, ao redor do mundo. Não existe um setor no mundo hoje que não haja oportunidades de emprego, caso você fale mandarim.

O país também lidera o desenvolvimento de inteligência artificial. Com o pioneirismo no 5G, e já desenvolvendo o 6G (!!), a China marca presença na internet das coisas, gerenciamento de dados (mercado de bigdata) e corrida espacial.

Claro que é possível usufruir parte disso falando inglês ou através de tradutores, mas quem já domina o inglês sabe as infinitas portas que se abrem quando você realmente fala o idioma.  E, com o mandarim, ainda tem a cultura milenar, a sabedoria acumulada nos 4000 anos de história e o imenso mundo de entretenimento da música e audiovisual que deixamos de aproveitar pela falta do idioma.

Assim como nos anos 90 e 00, o inglês foi essencial para as empresas terem uma presença global e aproveitarem o melhor da internet, falar mandarim vai ser de extrema importância para quem quer surfar na nova onda que está chegando.

Para se ter uma ideia, mais de 90% da população brasileira nem fala inglês, mesmo com toda essa presença e relevância global. Falantes de mandarim no Brasil não chegam nem a 0,5% – e é aí que mora a oportunidade.

O processo da China se tornar a maior potência mundial já é irreversível, e isso abre possibilidades para muitas mudanças. A China é o primeiro país a adotar uma moeda 100% digital, e eles utilizarão isso para disputar o mercado do Dólar Americano. O Banco Mundial, pelo seu estatuto, deve ter sede na primeira economia do mundo. E aparentemente ninguém tá pronto pra trocar o Dólar pelo Renminbi! (se você achava que o nome da moeda era Yuan, isso mostra o quão pouco se sabe sobre a China.)

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Ao mesmo tempo que a automação está aposentando milhares de funções laborais e criando muitas outras novas, um mundo completamente novo está sendo criado nas próximas duas décadas e quem falar mandarim estará na vanguarda.

Repito, não acredito que o Mandarim substituirá o inglês como língua global. Daqui há 15 anos, se pegarmos um voo de São Paulo para Santiago, no Chile, ainda escutaremos as instruções do avião em inglês. Ao ligar o rádio no Brasil, daqui há 20 anos, vai ser difícil ouvir alguma música em mandarim.

Mas a língua Chinesa já é o idioma que mais destaca alguém no mercado de trabalho, primeiro pela raridade de falantes no ocidente, e segundo por parecer difícil, quando, na verdade, é bem fácil! Você pode não acreditar, mas o fato de não ter conjugação verbal permite você aprender dezenas de verbos em pouquíssimo tempo. Os Ideogramas são difíceis de escrever, mas digitá-los é tão fácil quanto enviar um emoji!

E o melhor é que, apesar de muita gente querer ganhar o jogo da vida, do mundo dos negócios, muita gente não acordou pra isso. E uma coisa parece estar definida: as regras do jogo estão mudando e, embora quem fale apenas inglês ainda consiga jogar, o manual vai estar escrito em mandarim.

Então, por que deixar para aprender mandarim depois do francês, do alemão, ou até mesmo do inglês, se você já pode começar a aprender agora e de graça?

Eu faço aula gratuita toda sexta feira, às 15h, há mais de 110 semanas lá no meu canal do YouTube, Guhan Mandarim.

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